Mudanças Sociais...
Todas as mudanças sociais... étnicas, etárias, mundanas, cívicas, primárias, secundárias, binárias, bipolares, jurídicas, primordiais, sociológicas e fisiológicas, estão… melhor dizendo,,, ficaram aquém das espectativas, com a evolução dos tempos…
Mantendo-se a promiscuidade e o primitivismo sazonal e intemporal.
Quando olho para trás, amedronto-me enfaticamente, quase obstinadamente entorpecido, nestes meandros lúdicos da selvajaria emergente e galopante desta nova era.
Nunca se assistiu a tanta falta de civismo… de que serviu?? saídas e entradas comemorativas a cada ano que passava, se o novo ano seria potencialmente mais nefasto em tudo…
Mas tudo mesmo!!!
A não ser o galopante porte físico que se tem desenvolvido mais acentuadamente nas novas gerações de selvagens, dado o excesso de liberdade, contrastando com os nossos antepassados a quem lhes foi negada, sendo eles praticamente todos, com raras excepções, atarracados…
Isto está provado cientificamente; Que a ansiedade, subtrai o crescimento e o desenvolvimento, da mais saudável criatura.
Em tantas coisas nos beneficiou, como nos saturou…
Vemo-nos agora diáriamente, trucidados pelo excesso de liberdade e desse evolutivo veículo tenebroso das mudanças sociais. O que nos proporcionou mais desenvolvimento e uma comunhão uniforme com o progresso, revolta-se agora contra nós.
Está imparável… a contaminação virulenta e nefasta do excesso em tudo o que nos pudesse premiar com uma maior comodidade e mobilidade, satisfação, longevidade, efemérides transcendentes e nutritivas de saber e cultura, esfuma-se a cada dia que passa.
Era inconcebível nos idos anos dos meus avós, a falta de respeito aos progenitores…
Agora!!! Não há regras, nem limitações.
Tudo se desenvolveu para a nossa física satisfação, negligenciando-se equitativamente ou por completo, a evolução tão nobre da mente. Deixou-se de estudar, facilitando-se as mais extraordinárias técnicas de bem copiar. Crianças vão para o ciclo sem saber a tabuada.
Já sinto o meu sangue a fervilhar, só de pensar em falar no regime. Naquele que foi imposto aos nossos antepassados, por uma monarquia que não deixou saudades nenhumas, mas passando esse maldito genes, a uma outra forma de governar por uma mente obtusa, que atravancou este país retrocedendo alguns cinquenta anos.
O Brasil conquistado por nós, que ensinámos aquele povo a andar e a ser gente, ultrapassou-nos em tudo.
Mas tudo mesmo… até a favela do alemão é mais civilizada que a baixa pombalina, quando se comemora a conquista de um campeonato de uma das habituais equipes de futebol.
Vou-lhe contar outra “estória” professora... que de tão alucinante e fantástica, até parece irreal, tendo escrito a palavra desta maneira.
Vinha eu muito bem nos meus calcantes em plena marginal rebordosa do Tejo, quando se me vislumbra-se no acetinado relvado envolvente do centro hípico, um brilhoso e encandeante transmitivo de luz. Resguardei-me, perante o inusitado e inesperado acontecimento, não fosse alguma mina perdida.
Ocorreu-me logo não outra coisa, que prevenir é a melhor atitude a ter nestes momentos, pondo-me numa posição de combate, recorrendo aos meus ensinamentos de técnicas sofisticadas na luta de corpo a corpo e contra objectos contundentes e perfurantes, adquiridos em academias conceituadas e um mosteiro budista. O inusitado faiscava, como uma pérola hipnotizante, que me deixou estático e paralisado, de pernas flectidas e entreabertas com os punhos cerrados e os braços num “Z” quadriculado, pronto a desferir uma kata muri haki, ao mínimo relampejo de hostilidade ou ameaça.
Acerquei-me cautelosamente e deparei-me não mais, do que com um sedutor transmissor vocal, no estado vibrativo e em plena actividade, dando-lhe um efeito 3D. Cuidadosa mas, corajosamente como me é peculiar e intransmissível se não provir de mim, reivindiquei a mim o pequeno objecto como se de uma banalidade se tratasse. Ainda pensei duas vezes se me havia de dobrar, ou se o achado valeria o esforço, mas lá me decidi e conclui a espinhosa missão numa milésima de segundo.
A seguir a essa, houve outra chamada que também não atendi, enquanto examinava o futurista objecto, como quando o preto no filme “Os deuses devem estar loucos” examinava a garrafa de coca-cola que tinha caído do céu, não fosse aquilo estar armadilhado e por descuido o gajo da Alkaeda o ter deixado cair ali.
Até que à sexta ou sétima chamada, já familiarizado com o objecto, atendi. Dizia no visor “amigo não sei das quantas”.
Foi uma surpresa para o miúdo quando ouviu outra voz, que não a habitual. Quem és tu?? Perguntou ele, com uma entoação inquisidora, quase kukluxkiana. Eu encontrei o telemóvel pah… disse eu educadamente e num tom assertivo, até onde o limite da educação me permitia, perante a imbecilidade.
Tu tens que trazer isso aqui pah… disse ele, já eu estava quase na moita. Não posso pah… retorqui. Agora só quando for ao Barreiro.
Não pode ser pah, tens que trazer isso aqui hoje…
Veja bem isto… uma porcaria de um telemóvel que eu estava disposto a devolver, veja bem a conversa destes putos. Depois telefonaram umas miúdas, que ficaram muito admiradas por ser eu e passados uns minutos de conversa com a mesma retórica do tens que trazer isso aqui porco, ainda me insultaram de tudo.
Eu para estimular a imaginação delas, desferi também alguns impopérios amistosos, recebendo um feedback que se enquadrava na linguística de um super dragon.
Como é que depois disto eu conseguiria confrontar estas criaturas selvagens, para este tão nobre acto da devolução do dito cujo.
Ciladas... emboscadas...Impossível!!! isto para dizer e lamentar, o estado a que as coisas chegaram.
FIM…